Depois de passar dois dias com uma dor no lado direito da barriga e depois do show de talentos na escola da minha filha (no qual ela se preparou deste as sete da manha- ela tocou piano, muito bem por sinal), escutei o conselho do marido e fui levada ao hospital pela minha mae(cujo sonho secreto e' ser motorista de ambulancia),ja' que o marido estava no trabalho e eu nao queria arriscar dirigir no meu estado.
Com a certeza de que eu estava tendo uma crise de apendicite,que o meu apendice estouraria brevemente, infeccionando o meu corpo todo atraves do meu sangue e provocando a minha morte, o marido assustado me encontrou na porta do departamento de emergencia do hospital.
Tudo estava muito limpo, muito organizado.
Preenchi o formulario, perguntei `a recepcionista se ia demorar muito (nao,ela respondeu)repondi perguntas e fui levada para ter os meus sinais vitais checados.Respondi as mesmas perguntas e imediatamente reconheci a assistente de enfermagem entrando na sala. Era uma colega de trabalho que nao via a mais de dez anos. Convercamos e trocamos telefones.Apesar da pressao alta, eu nao parecia estar correndo nenhum risco imediato,entao fui mandada a sala de espera.
A TV mostrava as noticias do CNN - todas violentas,o que, na minha opiniao, deveria ser proibido em hospitais.As poucas pessoas na sala esperavam sua chamada lendo o jornal, com os olhos na TV ou fazendo um lanchinho na lanchonete que se encontrava convenientemente dentro da sala de espera. Eram mais de oito da noite, mas eu nao estava com fome.
Do meu lado sentou-se um senhor simpatico e obviamente nao americano a julgar pelo sotaque.Ele estava acompanhado de sua filhinha de 18 meses, uma menina sorridente e de acordo com o pai, inteligentissima(e' claro). Ele puxou converca comparando a policia americana`a policia Russia, seu pais nativo.
Esperamos pouco tempo.Talves vinte minutos, e fomos guiados pelo enfermeiro por um corredor largo em forma de circulo.Os quartos ficavam ao redor de um palco tecnologico onde medicos e enfermeiras ocupados apertavam botoes, preparavam remedios e preenchiam formularios em computadores e maquinas diversas.
Chegamos ao meu quarto, uma salinha minuscula, separada de outra salinha minuscula por uma cortina corrida.
Na sala tinha, fora a cama de hospital,equipamentos hospitalares,monitores uma pia,telefone TV a cabo e uma cadeira.
Me deram uma roupa linda para trocar ( a palavra linda sendo sarcasmo,gente) e quando fui ao banheiro tive que passar pelo corredor segurando com firmesa esta peca "fashion" porque atras ficava tudo aberto. Triste.
Ah ,tivemos musica ao vivo,patrocinio do bebado do quartinho em frente ao meu,que cantava com todas as forcas, a balada "there's no sunshine when she's gone.." o que fez o meu marido mais nervoso ainda, pensando ser um sinal divino.
Uma enfermeira veio,fez as mesmas perguntas que tinham feito na recepcao e pela primeira infermeira e me deu mais formularios para assinar.Comentamos a musica e ela disse que o bebado era um "fregues assiduo."
Precavida que sou,vim munida alem do meu celular com joguinhos eletronicos e do meu kindle-que o marido tomou logo posse. Ficamos assim ocupados-eu nos joguinhos e ele lendo. De repente entra o medico dos sonhos de toda jovem solteira. Alto,loiro de olhos azuis,com um sorriso estonteante,parecia ter saido de um filme ou seriado de TV.Naturalmente nao lembro do nome dele porque estava ocupada apreciando a beleza.Alias acho que esqueci do meu propio nome tambem, mas infelizmente nao deu pra esquecer da dor.
Ele recomendou fazer uma Resonancia Magnetica e varios exames de sangue.Estava disconfiado de que era meu apendice. Meu marido deu um sorrisinho como quem diz :"nao te falei ?" e se escondeu atras da cadeira ao ver a enfermeira vir com a siringa, pronta pra tirar o meu sangue. Eu so' pensava na remocao de mais um orgao do meu corpo e fiquei a me perguntar quantos orgaos sera' necessario para sobrevivencia humana? ja'perdi dois....
Mais umas duas horas se passaram e la fui eu levada por um motorista muito simpatico,fazer a Resonancia Magnetica
Chagando la' fiquei olhando pro decalque do Bob esponja colado dentro da maquina enquando a minha barriga esquentava do soro com a substancia pra fazer os orgaos aparecerem melhor na imagem. Imaginei tudo brilhando no escuro como a floresta do filme "Avatar".
De volta ao quarto o relogio mostrava vinte minutos para uma da manha.Ja' estava cancada dos joguinhos,cancada de ler e cancada de mandar twittes sem saber se alguem mandou algum de volta. Nao tenho o i-phone nem coneccao com a internet (classe media sofre)entao nao da pra ver. Pela milesima vez me martirizaei por nao ter trazido o lap top. TEDIO !
A dor estava controlada,se eu nao me mexesse.So' pensava em voltar pra minha casinha e dormir.As duas e trinta chegaram dizendo que tudo deu negativo.Apendice,intestinos, tudo lindo, maravilhoso. Concluiram que tive um virus. Assinei papeis,coloquei a minha roupa e fui pra casa. FIM.
4 comentários:
Ainda bem que não foi o apêndice, né? A minha filha quase morreu por causa desse danado!!
Que bom que as coisas vão ficar bem contigo!
Mando boas vibrações!!
qUE BOM QUE ESTA MELHORZINHA, GOSTEI DO POST ANIMADO SÓ VC NÉ CLAU,
RSRR
BJS
Nossa Clau, que sufoco ainda bem que vc tira de letra, muita fé nessa hora amiga, e ainda conta a historia todinha engraçada hahhahahah, bom humor nessa hora conta muito não? Aguenta firme tudo se encaixa, ah...ja ia me esqueçendo na recita da torta esqueçi de dizer que a bolacha maisena tem que ser triturada no liquidificador e misturada com a manteiga, ai cabeçinha
bjs e ótimo domingo
Paula
kkkkkk,sei que nao é caso de rir ,mas seu post foi o maximo dorei, e é claro que dou graças a DEUS por vc ter estado e estar perfeitamente bem.DEUS é bom d+++ e sua misericordia dura para sempre!!!!!
ps:estou lendo todos os seus posts e to amando cada um em cada detalhe ,é como um livro..vc é ótima..Que DEUS ti abençõe Claudia.
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