segunda-feira, maio 07, 2012

Porque eu amo os EUA - parte 1


Nas ultimas duas semanas eu fui testemunha de dois acontecimentos na minha comunidade que,pra mim, demostram o espirito da cultura americana.Excessões sempre acontecem,claro,mas achei que esses dois episodios de vida,são um reflexo do pensamento americano em geral.

O primeiro foi durante um programa na escola da minha filha. A escola,que e' publica,organisa um evento onde as crianças participam de uma demonstração de talentos.Não e' uma competição,apenas uma demonstração de um talento especial.Pode ser cantar,dançar,tocar um instrumento,qualquer coisa.O auditorio da escola, que e' espaçoso,lindo e super equipado, sempre enche com pais,parentes e amigos das criançam que variam entre 11 a 14 anos de idade. Nesse dia,a minha filha participou tocando piano(que o fez lindamente apesar do nervoso).Mas não foi ela, nem a menina que cantou Adele("someone like you",claro) com perfeição e talento extraordinario, a pessoa que mais chamou a minha atenção. Na verdade foi o menino que fez a pior apresentação da noite e a reação do publico 'a apresentação dele, que me deixou emocionada e me marcou pra sempre.
Ja' estava quase no final do evento e depois de apresentações diversas,que variavam entre cantores, dançarinas, compositores, demonstrações de Karatê,cheerleaders etc.. eu e meu esposo esperavamos,(confesso que um tanto entediados) o proximo talento a ser apresentado.Entra no palco um menino que julgo ter uns 12 anos.Ele era a imagem de um nerd perfeito: alto,magro, calça pescando, tenis,tipo chuteira preto,cabelo mal cortado e cafona. So' faltava os oculos de lente grossas e as canetas no bolso da camisa. Pensei ate' que a aparencia dele fosse parte da performance.Eu e meu esposo nos olhamos de repente, engolindo o riso que tentava escapar dos nossos labios. Mas durante os interminaveis segundos em que ele deu seus pacinhos no palco ao som de uma musica qualquer,antiga e nada na moda,me dei conta(como acho,toda a audiencia) que ele não era normal.Enquanto o menino se concentrava nos passos repetitivos,que,não posso nem chamar de dança, uma luz acendeu no meu cerebro: "esse menino parece ser autistico ou sofre de algum mal mental."Naquele instante me deu medo.Me coloquei no lugar dos pais.Sofri com eles a vergonha que certamente viria no final do ato.Tambem pensei no menino.O esforço e suor que deve ter lhe custado por dias,quem sabe semanas,ensaiando os pacinhos ridiculos. E então no lugar da vergonha,senti um amor incrivel e uma compaixão imensa por aquele menino.Tambem senti admiração pelos pais dele.Por ter criado um filho com coragem pra enfrentar os desfios da vida.
 Tambem fiquei preocupada com a reação da audiencia no final da dança. Como sera que reageriam ?
Eu comecei a pedir a Deus, que por favor protegesse esse menino de bulies e pessoas intolerantes. Meus olhos se encheram de lagrimas esperando o final do ato. "Meu Deus.. por favor..." E terminou. O menino parou com a musica e  meio sem graça,olhou pra audiencia,que...o aplaudiu de pe' ! A partir dai,chorei abertamente e vi nos rostos das pessoas ao meu redor, a mesma reação. LINDO ! Nunca me senti mais orgulhosa de fazer parte dessa nação. E pensei, e mais uma vez desejei do fundo do meu coração: God bless America !

Um comentário:

Gratissima disse...

Claudia, fiquei muito emocionada lendo esse seu relato.
Depois que temos filho ficamos muito mais atentos a essas "diferenças", né? Mesmo que não seja em nossos filhos.
E uma situação como essa nos faz lembrar da importância de ensinarmos isso a nossos filhos: o respeito em primeiro lugar.
Obrigada por compartilhar.
Bjos.
Ro